Rede varejista francesa amplia boicote a carnes do Mercosul

Rede varejista francesa amplia boicote a carnes do Mercosul

A rede varejista francesa Les Mousquetaires, responsável pelas marcas Intermarché e Netto, anunciou nesta semana que vai interromper a importação de carnes bovinas, suínas e de aves provenientes de países da América do Sul. A decisão inclui diretamente o Brasil e foi justificada como um gesto de apoio à agricultura francesa, que vive um momento de intensos protestos contra o acordo entre o Mercosul e a União Europeia.

A medida da rede é mais abrangente do que a anunciada pelo Carrefour dias atrás, que decidiu vetar apenas carnes bovinas vindas de países do Mercosul. O Les Mousquetaires estendeu o boicote a outros tipos de carne e informou que também vai retirar produtos processados que utilizem essas matérias-primas de suas prateleiras.

A empresa argumentou que sua escolha reforça um compromisso com a transparência na cadeia produtiva e a proteção do setor agrícola francês.

Além disso, a rede varejista francesa anunciou que cobrará fornecedores de marcas nacionais para que sigam os mesmos padrões e especifiquem com mais clareza a origem dos ingredientes usados em seus produtos.

Reações no Brasil

Até o momento, o governo brasileiro não comentou a decisão do Les Mousquetaires, mas já havia reagido às declarações do Carrefour com críticas. O Ministério da Agricultura afirmou recentemente que a carne brasileira segue todos os padrões de qualidade exigidos pelos mercados internacionais e que o boicote reflete uma disputa comercial disfarçada de preocupação ambiental.

Além da pressão ambiental, o acordo entre Mercosul e União Europeia, que ainda precisa ser ratificado, também enfrenta resistência política. Na França, agricultores seguem realizando manifestações contra o pacto, temendo que produtos sul-americanos, incluindo as carnes brasileiras, tragam uma concorrência desleal ao mercado europeu.

O impacto dos boicotes e as tensões em torno do acordo Mercosul-UE colocam o Brasil em uma encruzilhada: manter o ritmo de produção ou priorizar uma agenda mais sustentável para atender às crescentes demandas do mercado externo.

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Isabel Almeida

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