A recente pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou tendências importantes sobre como os aspectos de sustentabilidade estão moldando o comportamento de compra dos consumidores brasileiros.
Mais de mil consumidores, distribuídos em todas as regiões do país, foram entrevistados, oferecendo uma visão abrangente sobre a importância dos fatores ambientais, sociais e econômicos nas decisões de compra. Esses resultados têm implicações significativas para os empreendedores e empresas que buscam se manter competitivos no mercado atual.
Consumo Consciente: Um Desafio e Uma Oportunidade
O levantamento apontou que 94% dos consumidores adotam um consumo mais racional, o que inclui pesquisa de preços e moderação nas compras.
Além disso, 58% consideram importantes os selos e certificações socioambientais. Isso demonstra uma clara tendência de valorização de práticas sustentáveis e transparentes, sinalizando que as empresas precisam alinhar suas estratégias de marketing e produção com esses valores.
Para os empreendedores, isso significa a necessidade de investir em práticas sustentáveis e obter certificações que atestem o compromisso com o meio ambiente e a responsabilidade social. Empresas que não se adaptarem a essas demandas correm o risco de perder mercado para concorrentes mais alinhados com os valores dos consumidores modernos.
A pesquisa revelou também uma forte preocupação com questões sociais, com 56% dos consumidores evitando marcas associadas ao trabalho infantil ou a condições análogas à escravidão.
Mais de um terço dos entrevistados deixam de comprar de empresas envolvidas em desrespeito aos empregados, corrupção ou danos ambientais. José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, destacou que esses resultados refletem um amadurecimento do mercado, exigindo das empresas uma adequação às novas demandas de sustentabilidade e responsabilidade social.
Para os empresários, isso significa que a transparência e a ética nas práticas de negócio são agora mais importantes do que nunca.
Investir em boas práticas trabalhistas e em programas de responsabilidade social pode não apenas atrair consumidores, mas também melhorar a reputação da empresa e fomentar um ambiente de negócios mais saudável e sustentável.
Adaptação por Segmento de Produto
A pesquisa detalhou as atitudes de consumo em várias categorias de produtos, revelando que os consumidores estão atentos a práticas sustentáveis em todos os segmentos:
- Alimentos e Bebidas: Preferência por produção local e embalagens recicláveis.
- Higiene e Beleza: Valorização de embalagens biodegradáveis e produtos não testados em animais.
- Roupas e Acessórios: Aumento da prática de consertar e doar peças.
- Eletroeletrônicos: Foco no conserto e descarte apropriado.
- Produtos de Limpeza: Busca por embalagens recicláveis e de refil.
- Educação: Importância de programas de combate ao racismo e valorização da diversidade.
Empreendedores nesses setores devem adaptar suas práticas de produção e oferta de produtos para atender a essas demandas. Isso pode incluir a reformulação de embalagens, a adoção de processos de logística reversa, e a implementação de programas internos de responsabilidade social.
Turismo Sustentável: Uma Nova Fronteira
No setor de turismo, 55% dos consumidores consideram práticas sustentáveis ao escolher destinos, embora 51% não estejam dispostos a pagar sobretaxas para compensar emissões de gases do efeito estufa.
Isso indica uma oportunidade para empresas do setor se destacarem ao oferecer opções sustentáveis de viagem que não impliquem em custos adicionais para os consumidores.
A pesquisa da CNC evidencia que a sustentabilidade deixou de ser uma tendência para se tornar uma exigência concreta dos consumidores. Para os empreendedores, isso representa um desafio significativo, mas também uma oportunidade de inovação e diferenciação no mercado.
Adotar práticas sustentáveis e transparentes pode não apenas atrair consumidores conscientes, mas também posicionar a empresa como líder em responsabilidade social e ambiental, criando valor a longo prazo e contribuindo para um mercado mais sustentável e ético.
Fonte: CNC
