20 de janeiro de 2025 – Donald Trump toma posse nesta segunda-feira como presidente dos Estados Unidos, marcando o início de seu segundo mandato.
O republicano, que retorna à Casa Branca com uma agenda voltada ao protecionismo econômico, deve anunciar nas próximas horas suas primeiras ordens executivas, abrangendo políticas de imigração, energia e comércio exterior. Essas medidas, segundo especialistas, podem gerar efeitos diretos e indiretos na economia global, inclusive no Brasil.
Foco no mercado interno norte-americano
Uma das prioridades do novo governo é fortalecer a indústria norte-americana por meio do aumento de tarifas sobre produtos importados.
Estima-se que essas tarifas possam variar entre 10% e 20%, impactando os parceiros comerciais dos EUA, incluindo o Brasil, que é o segundo maior destino das exportações brasileiras.
Em 2024, o país exportou mais de US$ 40 bilhões para os Estados Unidos, ficando atrás apenas da China.
Além disso, o governo de Donald Trump planeja reduzir impostos internos para incentivar a produção doméstica.
Especialistas alertam que essa medida pode aumentar a competitividade da indústria local, dificultando a entrada de produtos estrangeiros no mercado norte-americano.
Repercussões no Brasil
A implementação de tarifas mais altas pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros nos EUA, impactando setores como o agronegócio, metalurgia e energia.
Com uma menor demanda externa, a receita em dólares no Brasil tende a cair, contribuindo para a desvalorização do real e pressionando a inflação.
Além disso, o aumento dos juros nos Estados Unidos, caso o Federal Reserve precise conter a inflação local, pode tornar os mercados emergentes menos atrativos para investidores estrangeiros.
Essa tendência pode levar o Banco Central do Brasil a reavaliar suas taxas de juros para conter a saída de capital e estabilizar o câmbio.
Energia e transição climática
Outra área de impacto é o setor energético. Trump pretende ampliar a produção de petróleo, gás natural e carvão, reduzindo restrições ambientais impostas nos últimos anos. Para o Brasil, essa política pode gerar tanto desafios quanto oportunidades.
Por um lado, a ampliação da oferta de combustíveis fósseis pelos EUA pode pressionar os preços globais, reduzindo a competitividade do setor de óleo e gás brasileiro.
Por outro, o Brasil pode reforçar sua liderança em energia renovável, aproveitando a crescente demanda por soluções sustentáveis no mercado internacional.
Relações comerciais globais
O governo Trump também sinalizou a possibilidade de rever os acordos comerciais com a China, impondo tarifas mais altas a produtos chineses.
Caso isso ocorra, o Brasil pode ser impactado indiretamente. Com uma menor demanda por commodities nos EUA, a China poderia redirecionar suas importações para outros mercados, alterando fluxos comerciais globais.