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Dólar recua após decisão do Copom e expectativa de novas medidas fiscais

Dólar recua após decisão do Copom e expectativa de novas medidas fiscais

A cotação do dólar apresentou queda significativa na manhã desta quinta-feira, refletindo a reação dos mercados à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros (Selic) e à expectativa de um anúncio de novas medidas fiscais pelo governo federal. Esse movimento, somado à percepção de um Banco Central determinado em controlar a inflação, fortaleceu o real diante da moeda norte-americana.

Expectativa por medidas fiscais do governo

Além da política monetária, os agentes econômicos estão atentos a uma série de medidas de contenção de gastos, prometidas pelo governo e que devem ser anunciadas ainda hoje. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o pacote de ajuste fiscal visa reverter a percepção de fragilidade das contas públicas, sinalizando compromisso com a sustentabilidade fiscal e o equilíbrio do orçamento.

A reunião para discutir e finalizar essas medidas está marcada para esta quinta-feira, e o anúncio oficial poderá ocorrer ao longo do dia, dependendo da avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A aprovação dessas ações é vista como crucial para gerar um ambiente de maior previsibilidade econômica, um fator essencial para a estabilização do câmbio e a confiança dos investidores.

A proposta fiscal, que deve incluir cortes de gastos e ajustes orçamentários, é aguardada com expectativa pelo mercado, que espera uma resposta clara do governo para enfrentar o crescente déficit público. Segundo analistas, esse pacote poderá trazer maior estabilidade ao real e reduzir a volatilidade do dólar, uma vez que medidas sólidas de controle fiscal tendem a atrair investidores estrangeiros.

Impacto em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

Para o setor do agronegócio, um câmbio mais estável ajuda a prever custos de insumos e transportes, que dependem de cotações internacionais.

Empresas exportadoras, como frigoríficos e produtores de grãos, também se beneficiam da estabilidade, uma vez que conseguem planejar suas operações e negociações com mais segurança, especialmente em contratos futuros.

Para os investidores locais, a perspectiva de um real mais estável e um ambiente fiscal mais equilibrado pode favorecer novos aportes e expandir o interesse em projetos de infraestrutura e logística, áreas estratégicas para a economia regional.

Além disso, a menor volatilidade cambial pode facilitar parcerias internacionais e a atração de investidores estrangeiros, especialmente para projetos de grande escala.

Para os pequenos e médios empresários, especialmente do comércio e do setor de serviços em Campo Grande, o recuo do dólar pode trazer alívio nos custos de importação de insumos e mercadorias, além de contribuir para a manutenção de preços mais estáveis para os consumidores.

O mercado regional, portanto, precisa observar os próximos passos do governo e do Banco Central, principalmente quanto à capacidade de manter o câmbio e a inflação sob controle, o que pode consolidar oportunidades de crescimento e estabilidade para Mato Grosso do Sul.

Cenário externo e impacto na cotação do dólar

Em um ambiente global de incertezas, o mercado de câmbio brasileiro também é afetado pela política monetária dos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed) vem sinalizando cautela em seu ciclo de alta de juros, à medida que observa uma desaceleração econômica no país. Essa postura tem gerado instabilidade nas moedas emergentes, que oscilam conforme o posicionamento do banco central americano.

Para economias como a brasileira, o contexto internacional adiciona um desafio: com o dólar oscilando globalmente, torna-se necessário implementar políticas internas mais robustas para controlar os impactos sobre o câmbio e a inflação. Analistas apontam que o Copom tem se mostrado atento a essas pressões externas e decidido agir preventivamente, elevando os juros em um ritmo mais intenso para proteger a economia doméstica.

Projeções do Copom para inflação e juros

A pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, aponta que as expectativas para a inflação de 2024 e 2025 seguem acima das metas, com projeções de 4,6% e 4,0%, respectivamente. O Copom, em seu comunicado, ressaltou que o objetivo é direcionar a inflação para o centro da meta até 2026, mantendo o aperto monetário enquanto necessário.

Além disso, o Banco Central indicou que o cenário doméstico, com pressões sobre o mercado de trabalho e uma atividade econômica ainda aquecida, exige atenção constante. A decisão de elevar a Selic, que visa reduzir o consumo e controlar os preços, também impacta diretamente as expectativas para o crescimento econômico.

Contudo, o Banco Central enfatizou que a política de juros permanecerá rigorosa enquanto a inflação não der sinais claros de desaceleração.

Olhando à frente: próximas decisões do Copom

As próximas decisões do Copom devem seguir monitorando tanto o cenário interno quanto as incertezas externas. Embora o ambiente global continue pressionando as economias emergentes, uma postura fiscal mais responsável poderá ajudar a aliviar as pressões sobre o câmbio e estabilizar o dólar.

Para os investidores, a junção de um Banco Central comprometido com a estabilidade monetária e de um governo focado na sustentabilidade fiscal cria um cenário favorável para o real.

A expectativa agora se volta para o anúncio das medidas fiscais, que deverá consolidar a confiança do mercado e influenciar diretamente a trajetória do câmbio.

Enquanto isso, o Copom sinaliza que continuará agindo com firmeza para manter a inflação sob controle, reafirmando seu compromisso com a estabilidade de preços e com a sustentabilidade econômica do país.

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Isabel Almeida

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