Nesta quarta-feira (20), Brasil e China devem assinar pelo menos seis novos acordos que prometem ampliar as exportações de produtos agropecuários brasileiros para o mercado chinês.
O anúncio ocorre durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília, onde será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre os produtos que devem ganhar espaço estão carnes de frango e porco, além de miúdos bovinos e suínos.
Os protocolos marcam mais um capítulo na sólida parceria entre as duas nações, reforçando a posição do Brasil como um dos maiores fornecedores de alimentos para a China, que é atualmente o principal destino das exportações brasileiras.
Por que isso importa para investidores?
Para investidores, especialmente os ligados ao agronegócio, os novos acordos representam uma oportunidade significativa. A China é o maior mercado consumidor de alimentos do mundo, e a demanda por proteína animal e frutas frescas no país continua crescendo. Esses protocolos abrem espaço para que empresas brasileiras expandam seus negócios, desde a produção até a logística de exportação.
No Mato Grosso do Sul, por exemplo, o impacto pode ser especialmente positivo. O estado é um dos maiores produtores de carne bovina e suína do Brasil, e as novas autorizações para exportação de miúdos, até então pouco explorados, podem agregar valor à produção local.
Além disso, a ampliação de frigoríficos habilitados para exportar pode gerar novos empregos e atrair investimentos para modernização das plantas industriais.
“O mercado chinês tem um apetite gigantesco por alimentos de qualidade, e isso é uma vantagem para nós. Estamos falando de um consumidor que está disposto a pagar mais por produtos bem processados e seguros”, destaca um analista do setor.
Frutas na mira do mercado chinês
Outro segmento que desperta interesse é o de frutas frescas. O Brasil, com sua diversidade agrícola, tem potencial para atender à demanda chinesa por produtos diferenciados. Durante as negociações, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, mencionou o caso das uvas, um produto que pode alcançar preços altos no mercado asiático.
“O preço de uma uva brasileira na China pode ultrapassar R$ 500 o quilo. Para o produtor, que vende a fruta a menos de R$ 20 na roça, é uma oportunidade de ouro. E com as exportações crescendo, isso beneficia toda a cadeia produtiva, do agricultor ao investidor”, disse Fávaro.
Próximos passos e desafios
Embora os acordos sejam um avanço, a ampliação da lista de frigoríficos brasileiros autorizados a exportar para a China ainda está em andamento. Autoridades chinesas já começaram a realizar inspeções em plantas industriais, mas o anúncio de novas habilitações deve ocorrer em outra ocasião.
Para os investidores, esse é o momento de avaliar onde estão as oportunidades. A demanda crescente da China por alimentos é um sinal claro de que o agronegócio brasileiro continuará sendo um pilar essencial da economia. E estados como Mato Grosso do Sul, com sua forte vocação agropecuária, têm tudo para liderar esse movimento.
Os novos protocolos reforçam a relação estratégica entre Brasil e China, ampliando não só os horizontes para o agro, mas também o potencial de crescimento para os negócios locais.
Fonte: O Globo